LABORATÓRIO
Que tipo de presença é estar “no ar“? Fala-se do que está no ar como algo que não está plenamente, aquilo que foi “deixado no ar“, que se insinua mas que não é. Tem uma quase presença. Grafiero chama de quase-coisa entes como atmosfera, sentimentos, clima, humores. São coisas porque existem objetivamente, mas não são coisas por sua presença ser intermitente, dificilmente palpável. Fala-se também que algo está no ar quando passa a ser comunicado amplamente, como a transmissão de um programa de rádio, registrando a mudança de uma presença local para uma presença difusa, desterritorializada e potencialmente global. As nuvens de dados também ficam “no ar“. A vida cotidiana contemporânea tem nos feito olhar cada vez mais para as operações de transmutação entre real e virtual; a virtualização do ambiente também tem nos feito experienciar a sucessão e simultaneidade de atmosferas, colocando em evidência o impacto da ambientação em nossos humores e sentimentos. Esse impacto nos leva a considerar como a “produção de climas” influencia as dinâmicas políticas, como podemos ver hoje nos ambientes virtuais configurados pelas redes sociais.
O objetivo principal deste laboratório é investigar o caráter “aéreo” da experiência cotidiana. Nossa proposta é reunir, impulsionar e incentivar pesquisas que relacionam cotidiano e tecnologia com atenção ao aspecto atmosférico da presença.
LINHAS DE PESQUISA
- sentimentos, clima e vida cotidiana
- tecnologias, arquivo e sentimentos
EQUIPE DO LABORATÓRIO